sábado, 28 de novembro de 2015

O drama do homem: o pecado original

Hoje em dia não se fala muito em pecado original, talvez seja porque é considerado “politicamente incorreto” aquele que crê em dogmas de fé. Afinal, o pecado original é a frustração do sonho marxista de fazer o paraíso aqui na terra, e dizer que todos os homens têm uma tendência a desonestidade é considerado, no mínimo, inconveniente.

Como bem sabemos Deus criou os céus e a terra, criou também o homem por amor. Adão vivia no jardim do éden em harmonia com Deus e com a mulher, e usufruía da criação de Deus com apenas uma restrição: “não comeis da arvore do bem e do mal”. Então o homem fez mau uso de seu livre arbítrio e desobedeceu seu Deus comendo da fruta que foi proibida “tornando-se como deuses”, um “conhecedor do Bem e do mal.”

A Igreja ensina que em Adão a humanidade decaiu e a justiça original presente na criação se perdeu de forma que o homem agora morre e sofre, mas antes da Queda não morreria nem haveria sofrimento. Entende-se por justiça original o estado de graça e santidade presente no homem antes do pecado de Adão, estado este que era Dom de Deus à natureza humana. Tal estado de justiça e santidade original foi perdido dando lugar ao pecado original, do qual os conceitos pontuarei a seguir.

Pecado original originante: pecado cometido pelo ato de desobediência de Adão. Tendo Adão desobedecido, pecou, e nós herdamos esse pecado, pois somos seus descendentes. Logo, nascemos em estado de pecado original, devido à natureza humana que possuímos, que foi manchada pelo pecado de Adão, mas o ato de pecado não foi nosso e sim de Adão.
Pecado original originado: nosso pecado pessoal. Sendo a natureza humana decaída, possui uma tendência para o mal e então peca por ato quando desobedece a lei de Deus.

Então uma criancinha de colo tem pecado? Sim! Mas o pecado original, não o pessoal: a criança não pecou pois não possui juízo para isso, ela apenas herdou o pecado original como mencionado anteriormente. Sendo assim, a Igreja Católica batiza as crianças afim de redimi-las do pecado original, no entanto, mesmo depois do batismo nós homens continuamos pecando não é verdade? Sim! Em nós permanecem uma espécie de resquícios do pecado no qual damos o nome de concupiscência.

Esta tendência para o pecado é uma realidade facilmente observada se fizermos um exame de consciência em nós mesmo. Desafio você leitor a fazer um exame de consciência sincero sobre si mesmo! Tenho certeza que concluirá que há em você uma tendência para a desonestidade, isto é perceptível também através de uma reflexão filosófica. Esta tendência é o resquício do pecado original que está presente em nossa natureza humana.

Eis o drama! O drama do homem se dá nesta intensa batalha que existe dentro de si! Por um lado, a voz da razão que nos diz: “não roube, não minta, não adultere”, e por outro lado esta tendência que nos tenta a fazer exatamente isso que sabemos não ser o certo. A luta contra o pecado é o drama dos indivíduos que batalham a todo momento para se livrar deste mal que afeta nossa natureza e nos induz a desobedecer às leis de Deus.


Por fim, diante desse drama, dessa luta, dessa guerra sem fim contra nós mesmo, surge uma luz: A luz é Jesus! Aquele que nos redimiu numa cruz e pagou o preço dos nossos pecados! É Ele que redimi toda a humanidade do pecado e permite aos homens voltarem ao seu Criador. Se por Adão todos foram condenados, por Cristo todos foram redimidos: “Por um só homem que pecou, a morte começou a reinar. Muito mais reinarão na vida, pela mediação de um só, Jesus Cristo...” Rm 5.17

A batalha é dura, mas não nos desesperemos! Pois a Igreja ensina a partir do número 420 do catecismo que: A vitória alcançada por Cristo sobre o pecado trouxe-nos bens superiores àqueles que o pecado nos tinha tirado: «Onde abundou o pecado, superabundou a graça» (Rm 5, 20). Ou seja, se em Adão nós perdemos os dons que Deus nos dava no início dos tempos, em Cristo recuperaremos dons ainda maiores do que os perdidos. Deus é o Divino Aproveitador, pois usa de todo o mal para fazer um bem maior, por amor a nós.





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